Tutorial de Como Fazer Humus Humano The Human Humus Fertilizer Tutorial
2022-ongoing, instalação Installation
Esculturas vivas que abrigam fungos, minhocas e bactérias, instalação. Cabelo Humano, serragem, baldes de plástico, argila, vídeo digital
Living systems sculptures populated by fungi, earthworms, and bacteria. Human hair, woodchips, plastic buckets, clay, digital video
O Ciclo Queratinofílico (em progresso) é um projeto composto por diversas esculturas vivas que, dispostas instalativamente, narram diferentes maneiras de decompor queratina humana. Relações entre comida, solo e rituais de morte ganham forma numa série de trabalhos de arte que servem de abrigo para fungos e minhocas que microperformam produzindo composto para plantas usando cabelo humano como substrato. O trabalho especula se o ciclamento do nitrogênio presente em unhas e cabelos seria suficiente para evitar o uso de nitrogênio artificial na agricultura industrial, que causa eutroficação de rios e lagos. Ao se deparar com o Ciclo Queratinofílico, a audiência é encorajada a se ver como parte do ciclo de nutrientes do solo, a se ver como parte do humus.
A primeira parte realizada deste projeto é o Tutorial de Como fazer Humus Humano, que trata de um vídeo educativo experimental. Aqueles que segue os passos ensinados por Celeste, uma Drag Queen minhoca, e narrados por Maurício, uma lontra, aprenderão a construir um minhocário e produzir fertilizante para plantas usando cabelo como um dos substratos.Neste trabalho, queeness é evocada no seu sentido literal: natureza é estranha e podemos aprender com isso. A antropormofização de animais é usado no video como uma ferramenta de engajamento, já que subverte a lógica de relegar o trabalho de produção de composto apenas às minhocas. Pelo contrário, Celeste convida cada um de nós a expandir nossa ideia do que significa ser humano, nos instigando a nos vermos como seres decompositores, numa cadeia simbiótica com bactérias, fungos e vermes. Nesta videoinstalação apresentada em 2022, o vídeo foi projetado na no mesmo espaço que um minhocário-escultura em forma de coluna de sustentação e garrafas de vidro com o humus humano foram distribuída. O composto líquido nas jarras continha o DNA de centenas estudantes da SAIC que doaram cabelo e unhas para o projeto.
The Keratinophilia Cycle is an ongoing project that includes several sculptures and living installations that narrate different ways of breaking down human keratin. Relationships between food production, soil agency, and rituals of death take form in a set of works that feature fungi and worm farms producing compost for plants using human hair, growing food as a consequence. The work addresses the effects of the massive use of artificial nitrogen in industrial agriculture since animal hair and nails are rich in nitrogen. The audience will be encouraged to see themselves as part of the soil’s nutrient cycle, to see themselves as part of the humus.
The first completed part of this project is The Human Humus Fertilizer Tutorial, an experimental educational video. Those who follow the steps taught by Celeste, an earthworm-drag queen, and narrated by Maurício, an otter, will learn to build a worm farm and produce fertilizer for plants using hair as one of the substrates. Queerness is evoked in its literal sense: nature is strange, and we can learn from it. The anthropomorphization of animals is used in the video as a tool of engagement, as it subverts the logic of relegating the work of producing compost only to the earthworms. On the contrary, Celeste invites each of us to expand our idea of what it means to be human, to see ourselves as decomposer beings, in a symbiotic chain with bacteria, fungi, and earthworms. In its video installation version presented in 2022, the video is projected in the same space of a worm farm shaped like a column supporting the gallery ceiling, and glass jars filled with the human-humus were distributed. The liquid compost inside the jars contained the DNA of a hundred SAIC students and staff members who donated hair and nail samples to the project.
Maurício Chades é um artista e cineasta originário de Gilbués-PI. Vive e trabalha entre o Distrito Federal, Alto Paraíso de Goiás e os Estados Unidos. Bacharel em Audiovisual e Mestre em Arte e Tecnologia pela Universidade de Brasília e Master in Fine Arts pela School of the Art Institute of Chicago. Em Brasília, participou dos coletivos Espaço AVI, Kinofogo Cineclube e NINHO – Coletivo de Pesquisa em Arte, Interatividade e Agroecologia. Seu trabalho, entre filme, instalação, escultura e performance, especula sobre futuros simbióticos, queer e anticoloniais. Criando ambientes sintrópicos e tecendo alianças multi-espécie, sua prática artística combina contação de história com agricultura restaurativa, compostagem e fungicultura. Seus trabalhos foram exibidos em festivais de cinema e exposições nacionais e internacionais, como a Mostra de Cinema de Tiradentes, Olhar de Cinema, Queer Lisboa e FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. Em 2019, sua primeira exposição individual, Pirâmide, Urubu, estreou na Torre de TV Digital de Brasília, projeto premiado com o Frankenthaler Climate Art Awards em 2022. Em 2023 participou da Bienal Videobrasil com Cemitério Verde, filme premiado em primeiro lugar no e-Flux Film Award.
Maurício Chades is an artist and filmmaker from Brazil. His works, in film, installation, sculpture, and performance, speculate about anticolonial symbiotic futures and queer ecologies. Envisioning syntropic environments and multispecies alliances, his art practice combines storytelling with restorative agriculture, composting, and fungiculture. He holds a BA in Cinema Studies, an MA in Art and Technology from the University of Brasilia, and an MFA from the School of the Art Institute of Chicago. He participated in collective groups such as Espaço AVI, Kinofogo Cineclube, and NINHO - Collective for Research in Art, Interactivity, and Agroecology. His works were shown worldwide, like at Queer Lisbon, Curitiba International Film Festival, and FILE – Electronic Language International Festival. In 2019, he presented his first solo show, Pyramid, Urubu, at The Brasilia Digital TV Tower, receiving the Frankenthaler Climate Art Awards in 2022. In 2023, Chades was featured at the Biennial Sesc_Videobrasil. His most recent accomplishment was the first prize of the e-flux Film Award for Green Cemetery.